quarta-feira, 31 de julho de 2013

Vítimas do sistema

Lembro da campanha de Lula onde um rapaz dizia com tom emocionante que “o Jovem da favela também quer ter um tênis novo”, e isso pegou! Hoje eles têm, a qualquer preço (até de vidas alheias), querem roupas de marca, bonés com estilo, correntes pesadas de ouro é a tal da ostentação que os ajuda a pegar mais garotas, ficando famosos e com dinheiro rápido (quase o mesmo caminho do tráfico) eles tem uma vida curta e intensa (a chamada “Vida Loca”), porém não se vêem estes jovens dizendo que querem urbanizar sua favela, que querem saneamento básico (já que é o básico), que querem morar dignamente e ter orgulho em pagar o que consomem, não! Isso é como um pecado! Acabar coma favela que não se sabe como ou porque se tornou orgulho Global ao ponto de levar turistas pra passear no que seria nossa vergonha nacional, (cenas de novela) ou será que eu estou confusa? Dá pra se ter orgulho disso? Tenho orgulho dos brasileiros que lutam sempre e honestamente para ter o que comer que enterram seus sonhos na troca da lida diária por sobrevivência, orgulho de um amontoado gigante de pessoas que moram sem um mínimo de qualidade de vida? JAMAIS! Isso é vergonha! 

Neste ponto temos que pensar ainda nos que vêem os jovens que se utilizam do tráfico de drogas para ter seu modelo de vida como o único jeito de sobreviver, mesmo sendo filho de gente trabalhadora e tendo bons exemplos em casa, escolas perto e ao querer ostentar e fazer “de tudo” (inclusive matar) para ter bens de consumo que imaginam ser seu por direito, isso é a escolha deles e não a “única opção” existe ainda os que os vejam como frutos do sistema... Ora, aí temos que ver alguns pontos: Será que estes que matam por roupas de marca são mesmo frutos do sistema? Se forem os filhos da burguesia também o são e aí se justificam na utilização de todos os meios para manter “seu padrão” de vida! Os filhos da burguesia podem (e alegam) que tem medo de passar necessidade, de perder seu padrão. Se o jovem da favela usasse suas energias para contrapor o sistema que os oprime ao invés de fazer o papel que lhes foi imposto, apresentado ou pré-determinado fariam muito mais conquistas do que apenas adquirir um tênis novo, conseguiria urbanizar as favelas, ter escolas decentes, postos de saúde e áreas de Lazer e Cultura. O que acontece é que muita gente que faz destes protagonistas as vítimas e o faz como com os capitães do mato, sim aqueles que se venderam e perseguiam seus irmãos de cor e justificam que era por sobrevivência. Imagine se estes capitães do mato se rebelassem e lutassem (com as armas de fogo que já tinham) contra os senhores de escravos? Imagine se eles olhassem para si mesmos e percebessem de qual lado deveriam estar? (já que estavam numa guerra). Imaginem que Brasil seria este se muitos anos atrás as pessoas conseguissem perceber quem é o opressor e começassem a lutar contra ele e não para ele! Sim, não inocento os capitães do mato, nem os que se aliam ao tráfico de drogas, de pessoas ou a qualquer tipo de crime ou corrupção que usufruem dos frutos plantados por outros para ostentar sua mediocridade, estes deveriam, no mínimo passar uma temporada em isolamento pra dar valor ao convívio social, deviam, tanto quanto os que dormem em lençóis de 180 fios numa cama quente, trocar de lugar ao menos por um dia com quem está nas ruas, e para aqueles que acham que trabalharam mais que os outros, que ficassem apenas com o que produziram honestamente, sem especulação, sem maracutaias, sem propinas e sem desvios. Imaginem se nós passássemos a ter vergonha de nossa falta de estrutura? Se tivéssemos vergonha de nosso omisso silêncio? Se começarmos a perceber que moramos numa terra linda, produtiva de gente batalhadora, que podemos começar a pensar antes de comprar? Se começarmos a refletir no lucro que a miséria dá para alguns!?


Sim, são pontos polêmicos, temos muito mais a pensar... Temos que ter nosso próprio modelo de país, de cidade, e que neste novo modelo tenha espaço para todas as vozes, que tenha regras coletivas de respeito e convivência, com aceitabilidade mútua das diferenças e divergências. Não, não há um milagre ou um salvador da pátria, não existe nada além de um novo modo de discutir se não tomarmos posse de que é nosso, mas tomar posse significa cuidar, sim cuidar mesmo, estudar as coisas e a partir daí cobrar ações que não apenas disfarcem a favela, mas que a transforme de dentro pra fora. Que os capitães do mato atuais lutem por coisas corretas e pelo lado da vida e não tirando vidas para dar mais poder ao usurpador, que os que nasceram em berço de ouro procurem saber de onde veio este poderio e que consigam olhar com mais humanidade ao semelhante. Que toda a hipocrisia se transforme em ações concretas, aí sim, deixarei de sonhar, pra viver uma realização: viver num lugar de gente, feito pra gente e bicho viver! Chega de pequenos grupos vivendo como sanguessugas da maioria que produz!

terça-feira, 30 de julho de 2013

Tradição ou traição?

Nosso país é tão grande que temos muitas culturas dentro de uma só nação, aliás, temos mais de uma nação em um só país, as nações indígenas e quilombolas também fazem parte de nossa diversidade.
Temos muitas influências literárias e diferentes maneiras de encarar a vida em sociedade, em muitos lugares é costume o vizinho “cuidar’ da vida do outro e para eles é comum. Em outros existem vizinhos que moram anos ao lado e não fazem nem idéia do nome da pessoa que divide a mesma parede. Tem lugares no Brasil ainda se usam banheiros fora de casa (nestes lugares, normalmente é por falta de saneamento básico) e para quem mora nestes lugares ir à cidade e ver os apartamentos com banheiro é sinal que o povo dali é tudo porco (palavras do avô do meu filho, um tradicional lavrador do interior do maranhão ao ver “aquele monte de casa amontoada e com os banheiros dentro!”) pra ele isso era errado. Neste mesmo lugar os adultos ainda pedem a Bênção aos pais e padrinhos e beijam na mão!
Existem lugares e tipos de moradias tão diferentes, sons, tipos de instrumentos regionais, linguagens, modos de vestir, de ver os relacionamentos...sim existem lugares que as moças ainda esperam “pra casar” e em outros elas não querem nem pagando.
Temos regiões em que até a violência doméstica ainda é considerada “normal” ou pior: um direito do marido. Esta é o tipo de tradição que deve ser excluída, pois representa atos de violência contra outro ser e é por lei considerada crime, independente do pensar da região cultural.
Mas tenho que destacar duas tradições brasileiras na área da Cultura: O carnaval e a Festa Junina. Chega a ser contraditório que num país que sempre se declarou de maioria católica as maiores festas não sejam as novenas e procissões, e sim as festas consideradas pagãs, mas isso, acho eu faz parte de nossas contradições históricas e homéricas.
O Carnaval tem duas situações: o de Rua com Blocos, Bandas ou trios, Desfile das escolas e os nos clubes. Existem opções pra todos os gostos (ou quase), pois ainda há aqueles que não gostam nem de assistir e muitos que esperam por este momento o ano inteiro. O Carnaval recebe verba pública, ou seja: dinheiro do povo, as escolas têm estrutura e algumas até tem oficinas e cursos durante o ano todo pra comunidade. E sim o desfile para cada escola é um dia só e depois a da chamada apoteose, que é o desfile apenas das campeãs.
A festa junina assim como o carnaval também faz parte das tradições indexadas, ou seja, são tradições dos países colonizadores neste caso as duas tradições são vindas de costumes europeus. O Carnaval se difundiu primeiramente na região Sudeste, porém hoje até cidades novas como Brasília já tem suas tradicionais escolas de Samba.
Os festejos juninos são tradição nordestina, mas também se difundiu até mesmo pela migração de nordestinos para outras regiões. A diferença é que não há para os festejos Juninos os investimento público que há para o Carnaval, não há (exceto em alguns lugares) reconhecimento para os Grupos de Quadrilha ou incentivo para que ensaiem que tenham boas fantasias que mantenham os grupos tocando as quadrilhas ao vivo e não apenas dançado com o CD.


Mas mesmo sem os investimentos e até considerando a força nordestina neste país me pergunto porque nem nas escolas públicas a tradição está sendo mantida? Isso não é questão de dinheiro, isso é questão de boa vontade, de respeito, de se entender o que a sanfona, o triângulo e a zabumba significam para a cultura nordestina. É de lembrar o que significa Luiz Gonzaga e outros para a nação nordestina. Porque em muitas escolas as crianças estão sendo “impedidas” de entrar de caipira? Tem que se vestir de Country! Durante as festas só tocam funk...não existem mais as comidas típicas, agora o que tem em festa junina é cachorro quente! E há quem diga que isto é uma evolução natural? Não acredito.
Ainda neste ponto um dia fui ver os preços de alguns instrumentos e sabe qual é o mais caro no Brasil?  Sim, a sanfona... a mais barata custa no mínimo R$ 3.000,00 (isso mesmo três mil reais) as boas são em torno de vinte mil. Agora me fala, como um instrumento que representa a cultura de um povo (no nordeste e no sul) pode ser tão caro? Como a tradição de tocá-lo poderá ser mantida? Como? Se nem nas faculdades de música ele não é instrumento base de formação.
Nosso país precisa sim ensinar as crianças a ler, a somar, a dividir, a raciocinar... Mas precisa manter suas raízes, suas tradições. Não é à toa que vemos verdadeiros lixos sendo cuidados como cultura e a verdadeira Cultura tratada como lixo. Esta inversão perversa de valores desvaloriza o nosso maior tesouro: nossas raízes.
Através do ensino da Música como disciplina, podemos incluir ai: Cultura, estímulo de percepção sensorial e raciocínio, matemática, coordenação motora, convívio social e superação. Quem é contra que nas escolas publicas seja definitivamente implantada a educação musical? Quem?

Quem é que quer exterminar toda uma Cultura e suas tradições? O Brasil já amadureceu o suficiente para ter sua identidade cultural preservada em todas as suas nuances, falas e diferentes rituais. Se não abrirmos os olhos o fato de acordar só nos deixará conscientes e imóveis, deitados eternamente, mais que acordados, precisamos estar informados e atentos e em movimento na construção de cada detalhe que nos fará cada vez mais uma Nação.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Quem tem medo do povo?


As manifestações tomaram conta das ruas, muita gente querendo muita coisa...tudo de uma só vez, e o que parecia que era uma iniciativa popular e totalmente descompromissada com grupos políticos foi se mostrando por suas ações e pedidos em um golpe contra a democracia.
Mas como assim? Como uma manifestação popular que seria a maior prova de que somos um país democrático pode estar contra a mesma democracia que lhes garante este direito? Como pode um povo ir às ruas inocentemente pedir que aconteça um golpe militar? Como pode a revolta contra uma corrupção centenária vir abertamente e culpar apenas um governo? Como não questionamos isso?


Outro dia ao conversar com um revoltado com o atual governo (qual não apoiei, nem votei), ele dizia que não aguentava mais tantos escândalos, que não suportava mais ver tanta coisa nos jornais e não fazer nada. Aí perguntei qual o maior escândalo do governo Dilma, ele ficou em silêncio um tempo e depois respondeu: “Não sei”. E é aí que está a questão, tem gente indo às ruas pra externar sua revolta, pra querer a volta dos militares ao poder, impeachment de Dilma, sem considerar sequer uma coisa simples desta: ”não houveram escândalos no governo dela” (no meu ponto de vista apenas a continuação de coisas erradas), mas o que quero com isso?


Pense bem: (pra quem quer a volta da ditadura) Se os militares governam melhor, são pessoas de boa índole, se conseguem manter a ordem, não são corruptos, etc, etc...porque eles não se candidatam? Sim! Podemos votar em militares e continuarmos sendo uma democracia! Se o nosso processo eleitoral que é a base se tudo é um processo corruptível (e isso está mais do que provado) porque continuamos? Porque ainda nos enganam com a biometria, como se isso garantisse que o meu e o seu voto não será manipulado pelo próprio programa de computador! Ou mudamos a base da corrupção ou não mudaremos NADA.

Quando os militares estiveram no poder, nosso país era bem menor, não havia a tecnologia que tem hoje, não havia a organização no crime que há hoje e não havia a lavagem cerebral que fizeram ultimamente, sim estamos com preguiça de pensar, se houve algum lado bom da ditadura foi este: as pessoas pela pressão de não poder falar, quando falavam usavam o cérebro... Hoje... Ai, ai. Ou melhor, le lek, lek, lek.
Não, isso de que não houve corrupção na ditadura é mentira! Não havia exposição das contas como tem hoje! Os que roubam os cofres públicos (e cofre público é aquele que tem o meu e o seu dinheiro) são praticamente os mesmos, exceto os que aderiram à quadrilha depois da democracia.
Temos que conversar nas ruas, bares, ônibus e em casa, temos que construir em nossas mentes o país que queremos, mas se perdermos o direito de nos manifestar, o direito de falar que a democracia nos garante não teremos mais nada.
O povo informado, consciente de seus direitos (e deveres) este sim assusta, mas não pelo volume de pessoas, mas pelo que pode surgir dali: de repente surgirá um povo que cobra honestidade em todos os lugares, desde filas ao pagamento de serviços e impostos. O dia que este gigante chamado caráter acordar, aí sim, poderemos ter poucas pessoas nas ruas, mas teremos alcançado as mudanças, pois o restante do povo estará participando de audiências públicas, reuniões de votação de orçamento, participando de eventos sociais, culturais e esportivos. Sim, merecemos e podemos ter tudo isso.

Nosso país é um presente da natureza, além de não termos catástrofes como terremotos, maremotos, tufões, etc...temos muita água doce, muita terra agricultável, a maior reserva florestal do mundo, a maior biodiversidade, somos culturalmente ricos pela diversidade de nosso povo, somos trabalhadores e sim, hoje somos um país rico! Então é necessário ver como esta riqueza será melhor utilizada pela maioria do povo e não apenas por alguns como tem sido feito nos últimos 500 anos!
Se a rua é a maior arquibancada do Brasil eu não posso ir apenas para protestar sem discutir um país melhor, pois não é questão de torcida, ou muito menos de que lado (ou time) você está. Mas sim de sentar e debater “Qual país queremos ter, e agora!”

quinta-feira, 20 de junho de 2013

A culpa é do esporte?

Entre tantas reclamações e lutas nossas no dia a dia e estas “novas” é bom tentar ter entendimento do que se passa.
Hoje ouvi novamente alguém perguntar: “Copa pra que”? pra mostrar pro Zôto! e em seguida dizer: “agora tão vendo no estrangeiro que o Brasil não tá legal”. E tem quem queira “queimar” os estádios!
Aí é necessário ver bem as coisas, uma que eu acho muito importante é que problema de casa, se resolve em casa. Pra mim, meu país é como uma família e esperar chegar visita pra quebrar o pau é coisa de criança que quer apenas chamar a atenção, quem quer resolver mesmo, faz como o movimento Passe Livre fez: organizou, tinha pauta (a redução da tarifa) e infelizmente não conseguiu retirar todos os infiltrados: baderneiros, ladrões ou paus-mandados.
O Brasil é um país continental com milhares de quilômetros de lindas praias (muitas ainda desertas), cachoeiras aos milhares, rios, Chapadas, temos os Lençóis Maranhenses (único deserto com lagos no mundo), cidades históricas, grutas, etc...Somos um país que não desenvolveu nem metade de seu potencial turístico e mesmo assim só o turismo gera milhares de empregos (pessoas que trabalham em hotéis, restaurantes, taxis, pousadas, guias turísticos, fotógrafos, navios, comércio, agencias de viagem e muito mais) estas pessoas esperam sim que o turismo melhore, o interno e externo, estas pessoas precisam que melhore, muitas tem formação superior e se preparam para ajudar nosso país a receber bem o turista.
Neste ponto é que a infantilidade de ser “contra a copa” prejudica não só os donos de hotel ou os publicitários da copa, prejudica os trabalhadores da área.

Mas, afinal..a culpa é do esporte? Não é ele um aglutinador de pessoas de bem? Não é o esporte que nos ajuda a ter uma saúde melhor? Não é através do esporte que nossa juventude deve ter coisas melhores pra fazer do que ficar no vídeo game ou soltas pelas ruas e vielas? Não é o esporte que em tempos de guerra mostrou que a competição pode ser de outra forma (sem armas)? Afinal, que mal o esporte fez? Se tempos atrás éramos manchetes nos jornais do mundo por brigas e quebra-quebra de torcidas rivais, coisa que diminuiu consideravelmente, depois do Estatuto do torcedor, que coincidentemente teve como relator o atual ministro do esporte Aldo Rebelo. Hoje podemos nos orgulhar de nossos estádios e não ter vergonha deles, Muito mais problemas estruturais que nós tem África e eles tiveram a copa lá, cantaram e comemoraram e podiam sim, (como espero que faremos daqui pra frente) cobrar outras estruturas, outros investimentos, isso é lógico, aliás, demoramos pra acordar.
Eu não estava dormindo, digo pois já fiz manifestações sozinha, ou em três pessoas (tenho as filmagens e reportagens pra provar) nunca imaginei que um dia as pessoas fossem realmente querer consertar a si mesmas e a este país, mas to feliz, nem no meu mais utópico sonho pensei em ver isso e quero no fundo do coração acreditar que é verdadeiro, que as pessoas que foram as ruas realmente queiram mudanças. Quero acreditar que elas não vão se conformar facilmente ou vão esperar um novo messias. Que vão passar a questionar TUDO!
Quero agora assistir meus jogos e torcer, sim, vou torcer e sei que não é o fato de termos políticos corruptos acostumados a viver com o silêncio do povo que os fez donos da minha bandeira, donos do meu país. Sei que não é deixando de torcer que será devolvido qualquer gasto a mais em qualquer obra pública, seja pra copa ou não, o que vai mudar é se eu cobrar.
Vou torcer, quero gritar gol. Quero um país que jogue futebol, basquete, vôlei, capoeira..que tenha piscinas, que não tenha favelas, não tenha traficantes ou zumbis nas cracolândias. vou torcer além de tudo pra que o “acordar” não se transforme numa guerra civil, não precisamos e nem ganhamos nada ao quebrar o que temos, não precisamos mentir que está tudo bem pros gringos e muito menos dar satisfações pra eles (isso é autonomia), temos que receber qualquer estrangeiro como recebemos visita em casa: com educação. Os problemas da família? Claro que vamos resolver, agora que todos querem FALAR ficará bem mais fácil.
Mas peço aos novos cidadãos (aos que começaram a procurar conhecer a estrutura do país agora) peço que não desistam, procurem livros de história, pesquisem em sites confiáveis, assistam muitos vídeos no youtube, mas SEMPRE se pergunte se é aquilo mesmo, sempre, tenha senso crítico. Acredito que se tivermos uns 500 brasileiros conscientes de verdade e com conhecimento, a nossa história já é outra!
Vamos torcer, torcer por gols e por mudanças. Não que o futebol vá resolver nada e nem ta ai pra isso. Mas é nesta hora que somos um time, é nesta hora que nossa bandeira vai muito além das ideologias político partidárias, é neste pouco tempo que conseguiremos ter unidade, vamos aproveitar, pois se ao brasileiro acordou mesmo, vamos ter muitos pontos de vista diferentes sobre tudo e teremos que ter maturidade pra sermos democráticos. Afinal, quando a seleção está em campo é o nosso país, sem exceções.
Não espere por heróis, nem em campo nem na política!

Manifestando... o pensamento

Se tem uma coisa positiva nestas manifestações no Brasil (ou por ele) é o fato de a cena política brasileira estar na boca do povo, contra ou à favor as pessoas nas ruas estão falando sobre isso. Algumas começam a se perguntar (pois nem lembravam) em quem votaram e estão usando a internet para ver o que seus escolhidos estão fazendo, isso pra mim já é uma revolução!
Eu que criei a comunidade “Eu fiscalizo o Congresso” quando trabalhava lá, e que mesmo depois de sairmos nos jornais (Balanço Geral, e dar entrevista na CBN) conseguimos em torno de 200 brasileiros dispostos a fiscalizar um deputado cada um, isso foi na época do Orkut! Hoje vejo que quando falo que tem o 0800 da Câmara, as pessoas anotam! Isso sim é fantástico, pois freqüentei o atendimento lá e vi que passavam até horas pra cair uma ligação! Sim, você pode ligar, de graça de qualquer lugar do Brasil, enviar perguntas, sugestões, reclamações, pode mandar e-mails, pode fazer os cursos grátis que tem pela internet tanto na Câmara, quanto no Senado e em outros órgãos e instituições, pode e deve fazer isso.



Hoje, pela primeira vez durante o trajeto ao trabalho pude observar muitos grupos, duplas e até pessoas ao telefone discutindo qual é a reclamação do brasileiro, querendo saber até o que é IMPOSTO, muita gente não sabe QUE PAGA é verdade NEM onde ele vai parar, quem paga as escolas públicas, serviços públicos em geral, ruas, limpeza, segurança, iluminação e os hospitais. Mas se este for o acordar, aí sim acredito que termos mudanças. As pessoas vão começar a se perguntar e isso sim é ter cidadania é crescer.
A verdadeira revolução é muito mais do que lotar as ruas (não tirando o mérito destes atos), mas é um despertar de consciência, de olhar em volta e se perguntar: porque eu sempre achei que eu não tinha nada a ver com a política? Porque? Se eu ando nas ruas e SE estou livre e seguro, depende da política aplicada na segurança, se eu compro alimentos, como eles foram produzidos, o seu preço, se estão sendo vistoriados são questões de segurança alimentar (se paguei leite e levei soda cáustica, por exemplo), se existem hospitais ou não, se há médicos, se há remédios, se existem centros especializados para tratamento de doenças em que há necessidade, se eu tenho ou não dinheiro pra comprar meus remédios e se foi a minha alimentação inadequada que me fez ficar doente, se foram as minhas condições de trabalho, DE MORADIA, se meu salário é justo..tudo, mas tudo mesmo é regido por leis e quem FAZ as leis são os políticos do poder legislativo, então se até hoje você não quis saber de política entenda o porque foi tão prejudicado por ela.
O Brasil acordou, comecemos a entender o que é um país, como funciona, qual o tamanho dele, quais suas fronteiras, quais suas riquezas naturais, qual a sua reserva de água potável, minérios e qual a sua capacidade produtiva principalmente de alimentos. Aliás, temos sim que pensar em tudo: qual nossa capacidade de poluir? Qual o tamanho de nossa preocupação com o ar que nós mesmos respiramos?

Eu sei, é MUITA coisa mesmo. Mas comecemos a fixar uma coisa na mente: este país é seu, somos um pedaço geográfico e cultural de um planeta, este é uma pontinha num universo, mas isso não impede (muito pelo contrário) que cada um comece a cuidar de seu quintal, que cada um procure saber o país e o planeta que quer deixar para as próximas gerações e isso não é sonho ou delírio é o fato mais concreto que temos: nascemos e com sorte envelhecemos e morremos, independente de nossa religião, cultura, local de nascimento, língua ou qualquer outra coisa.

Acordamos! e sejam dias de sol ou chuva, temos que aprender a usar filtro solar ou levar o Guarda chuva. Se não fizermos isso não haverá NENHUMA mudança.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Amar e sofrer, é só escolher

Toda vez que acontecem datas como Dia dos Namorados, Natal, Dia das mães, etc as pessoas que não se encaixam no grupo "de dentro", ficam com duas opções: ou ignoram por completo considerando ser uma bobagem total ou ficam revoltadas por não entender o motivo de não estarem neste grupo. 
No caso de mulheres que sonham em ser mães e não conseguem engravidar acho que é mais dolorido, pois não há mesmo uma explicação lógica pra termos tanta mulher sem condição psicológica e financeira nenhuma tendo muitos filhos e criando-os como lixo ou muitas vezes abandonando-os à própria sorte. Existem pessoas que não tem família porque não conseguem se relacionar bem com seus consanguíneos, mas encontra grupos em que a consideração e os laços afetivos e de entendimento vão além do sangue, estes são os amigos. 
No amor não é diferente...muita gente (não só mulheres) ainda tem o romance como meta de seu relacionamento, espera não um príncipe, mas alguém que tenha qualidades de cavalheiro, que respeite-a como um ser que tem seus sonhos, suas necessidades, suas perspectivas. Infelizmente a maioria dos homens na vida prática "precisa" de uma mulher pra lhes ser a âncora, e gente, nunca desmereçam este papel, imaginem como estaria o mundo se estes homens que necessitam deste aporte não o tivessem encontrado?
O que quero dizer é que o que chamam de felicidade é diferente pra cada um de nós, só que nos empurram tanto os modelos pré-fabricados que acabamos achando que é aquilo que nos fará bem e desejamos coisas e relacionamentos que muitas vezes não precisamos ter.
Veja bem, se você tem um time: quantas vezes você não se sentiu muto mais feliz com um gol do seu time do que com um orgasmo de sua companheira? E as mulheres que gostam muito de comprar: quantas vezes você não se sentiu melhor por estar desfilando com "aquela bolsa" do que com um namorado que não despertasse em você algumas vontades?...é assim, não que as mulheres amem mais as bolsas do que os homens (digo as hétero) e que os homens deixem de amar suas mulheres por causa do futebol, não é isso.
A intensidade das coisas é que as faz nos sentir estas sensações, só que relacionamentos vão muito além destas sensações. Por exemplo, seu trabalho...você muitas vezes nem gosta tanto do que faz, mas gosta do dinheiro que este trabalho te proporciona é uma relação de troca e se o salário estiver baixo demais e o trabalho muito estressante: RH.
Com as pessoas não é tão simples assim pois as regras são diferenciadas conforme as pessoas, mas uma delas é essencial: a verdade. Sabe porque? porque se não há verdade entre os dois, nem relacionamento há é só teatro. Mas mesmo assim existem pessoas que escolhem o teatro da vida e são razoavelmente satisfeitas, afinal não há felicidade total.
Conheço muita gente que sofre anos se dedicando a uma farsa, e tentado mudar o outro...e não consegue ver que o outro só vai mudar o caminho a hora que ele quiser, se não quis até agora pode ser que nunca queira. Tem pessoas que acreditam que o importante é ter pra onde voltar, outras que se sentem bem apenas quando sentem suas asas, se sentem livres, outras querem ser atadas ao ideal conjunto de casal.
O que acho importante mesmo é que cada um pense e descubra o que te faz bem, assim poderá saber o que te falta de verdade, na maioria das vezes não falta nada, sério! Mas aquela sensação de tristeza que acaba dominando e virando até depressão pode ser resolvida de início, quando percebemos que tivemos momentos bons na vida e que podemos ter outros, não é porque agora você está só, ou com problemas em seu relacionamento que a vida não preste! O problema pode estar em nós mesmos, de aceitarmos ou não atual condição, nós é que pegamos o limão e fazemos limonada, caipirinha ou temperamos a sardinha...outros deixam o limão se estragar sem uso. Não pode engravidar? adota!
Nós é que escolhemos se o amor só vai nos fazer sofrer, se vamos aprender com a parceria, se vamos optar até por não amar, nossa vida é uma tela que principalmente na parte interna, esta que ninguém vê, que as pessoas nem imaginam o que pensamos...é aqui que está o colorido que daremos aso nossos sonhos.
O valor de nossos sonhos nem está em realizá-los ou não, está em deixá-los completos e não apenas como rabiscos de sonhos...ah, só de ver os sonhos por inteiro a nossa realidade fica outra, pois, a partir dai o caminho que percorremos é escolha nossa.
E se em nossa estrada de sonhos ela não estiver completa e do jeito que você quer, volte e a refaça: no sonho tem que ser perfeito!

É bem possível ser feliz sozinho e infeliz acompanhado, pense nisso.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Aprendendo nas ruas

Era mais uma manhã fria, destas que a gente levanta obrigada e vai fazer automaticamente aquilo que deve ser feito. Depois de deixar meu filho na escola voltava como todos os dias até que uma mulher que levava uma criança no colo parou pra pegar um tênis que caiu do pé do menino, fui ajudar e ela já veio me abordando com a frase tão ouvida “olha eu não quero te incomodar”...ai surgiu uma história em que tentei ajudar, mas que no final quem foi ajudada fui eu!.

Ela uma jovem de 28 anos, dois filhos, vinda ha 3 meses de Sergipe com o marido...sim, vieram atrás dos empregos que viram no jornal. Chegando aqui, tudo mudou...ele a agrediu tanto que ainda haviam marcas em seu corpo, no momento está preso por agressão a ela e a criança que ela levava no colo está doente e precisava atravessar pra fazer exames em Santos, nem fralda tinha, e eu só pensei: _Como? Como posso ajudar de verdade? Olhei nos olhos dela e disse: _não desista! Nós duas choramos ali na rua, como se fôssemos antigas amigas passando por algum problema...eu nem sei na verdade se chorei pela situação dela, se chorei por lembrar de coisa parecida que passei, se chorei por me sentir tão impotente, por perceber que não há escolha quando se chega ao ponto de pedir ajuda pra um estranho na rua, nesta hora se alguém te ajuda, você fica aliviado, mas se sente tão humilhado, é uma mistura de gratidão com quem te ajudou e revolta com os teus erros e com o mundo que te levaram até tal situação.
Bom, fui com ela até o Conselho Tutelar que fica na minha rua, pois ela está em situação de vulnerabilidade e com duas crianças. Então vi que o Conselho não funciona 24 horas! Vi que nem a placa de que ali é o Conselho existe mais e lembrei a canalhice que fizeram ao não permitir que as eleições para um cargo tão importante como o de conselheiro fossem honestas, que tipo de pessoa faz isso? Como podem receber pra isso e deixar à própria sorte aqueles que o Estado tem a função de proteger?
Dei o que pude em $ pra ajuda-la e não vou me arrepender, pois ainda podemos sim olhar nos olhos das pessoas e ver se há verdade ali, podemos sim, mesmo sem ter nada ajudar alguém.
Hoje fez sentido uma resposta que ouvi a algum tempo quando eu questionava o porque de tanta miséria no mundo: _se isso não bastasse pra se olhar pro lado o que mais seria necessário?
 Então hoje esta mulher e todo seu sofrimento me ajudaram, pois de alguma forma me mostraram que eu ainda não sou totalmente de pedra, ainda podemos ver no deserto a oportunidade de valorizar os rios, de no verão cuidar dos casacos, de nas festas não desperdiçar e nem deixar que a tristeza nos domine e ter sim felicidade por poder abraçar...pessoas, causas e porque não dizer...músicas.
A todos os que passaram esta noite nas ruas do mundo: BOM DIA