domingo, 9 de dezembro de 2012

Apesar da vida...?


na maioria das vezes a verdade é tão óbvia, que duvidamos...
aí acreditamos em tudo que pode parecer o mais razoável, mais explicável...
coisas, pessoas, lugares, tudo muda o tempo todo...
a essência de cada um é o que sempre esteve ali e que sempre vai estar,
o resto foi caminho percorrido, foi até necessidade, foi muitas vezes desespero...
uma hora as coisas ficam claras,
o inchaço dos olhos lagrimejantes não impede mais de ver o que eu tanto queria, estava ali.
Mas não via...nessa hora a hipocrisia passa....a vontade vai embora,
e tudo,
mas tudo mesmo que a gente pensava que queria...
se torna referência fria pra algum outro papo, torna-se apenas lembrança perdida dentro de nós
quantas vezes ainda vou me olhar no espelho e perguntar:
"foi você mesmo que fez aquilo"?
Quantas vezes vou me questionar sobre o que fiz e o que falei? Espero que muitas, pois a chance de repensar os atos não é muito bem aproveitada.
Normalmente passamos por cima, achando que fomos injustiçados, que o outro errou com a gente e que não há chance para o diálogo...
assim as guerras acontecem.
Não falo aqui de tolerância, nem de perdão, mas de visão, falo de um dia, ao menos um entre tantos que vivemos nos permitirmos a pergunta:
O que foi que eu fiz?
E, além disso, deixarmos as respostas surgirem nas lembranças de nos deixarmos ver.

O mundo é complicado mesmo, a gente muda de cidade, de país... E não muda por dentro. Nossa verdade vai com a gente até depois que a gente se vai, pois se tudo tem sempre dois lados, estes podem ser apenas o de dentro e o de fora, ou seja:
Como você vê e como os outros veem.

Tem tanta coisa que nos complica e quanto mais eu tento pensar, menos acho razão.

Chega um dia que nada mais importa a não ser a sua certeza de que o que pra muitos é felicidade, pra mim é necessidade, sim, amar é uma necessidade, independente do resultado:
Quando o sorriso simples e sóbrio vai despontando com como quem não quer nada...quando os olhos já dizem o que a boca jamais dirá, quando as mãos pequenas de criança te procuram pedindo ajuda...nesta hora é preciso ter serenidade para compreender que apesar da vida ser tão complicada, injusta e sem manual de instruções...ela vale, vale cada dia triste, cada um que perdemos...pois ficam as lembranças, ficam as histórias, as marcas...ficam as lições...em livros que talvez nunca sejam escritos ou lidos, pois se falta coragem para admitir um erro, muito mais nos falta para entender o caminho de cada um, as escolhas de todos nós...livres.

Sim, apesar da vida...estamos vivendo...e bem!


 Cláudia França- Guarujá –SP           09/12/2012

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